21/05/2016 atualizado em 28/11/2018.
Por Dr. Gustavo Vilela
Muitos pacientes tem me pedido para eu me pronunciar sobre esta questão.
Após refletir muito, seguem minhas considerações, procurando ser o mais imparcial possível, atendo-me aos fatos. Explico sobre toda a situação e proponho soluções para quem deseja usar a substância.
1) Quando a fosfoetanolamina foi descoberta?
Em 1941, nos EUA pelo cientista Erwin Chargaff, da Universidade de Columbia. Este bioquímico foi, ninguém mais, ninguém menos do que a pessoa que descobriu que no DNA o número de unidades de guanina era igual ao de citosina, e o número de unidades de adenina era equivalente ao de timina. (G=C=A=T). Posteriormente a molécula foi patenteada pelo médico alemão Hans Nieper.
2) Quais outros nomes este produto tem?
São sinônimos: ácido 2-amino-etil-fosfórico de cálcio, fosfato etilamino de cálcio, 2-amino-etanol fosfato, cálcio 2 amino-etil éster do ácido fosfórico, fosfoamina, fosforiletanolamina, fosfoetanolamina.
3) O que esta molécula contém quimicamente?
Trata-se de sal orgânico (fosfato orgânico com função amina) de cálcio. Uma molécula extremamente simples.
4) Na natureza, qual a função desta substância?
A etanolamina é usada no organismo para produção da fosfatidiletanolamina, um fosfolipídeo naturalmente presente nas células. Nosso corpo PRODUZ fosfatidiletanolamina. Ou seja, é uma molécula NECESSÁRIA ao funcionamento das mitocôndrias, das membranas, dos neurônios, na síntese de bainha de mielina, juntamente com outros fosfolipídeos (fosfatidilcolina, fosfatidilserina, fosfatidilinositol).
5) O que acontece no corpo após ingerirmos a fosfoetanolamina?
A etanolamina presente no produto vai ser usada para produção de fosfatidiletanolamina, uma síntese NATURALMENTE existente nas células.
6) Qual foi o papel do Prof Gilberto Chierice da Faculdade de Química de São Carlos?
O Prof Chierice tem o mérito de ter patenteado um método de síntese BARATO, que pudesse tornar a molécula ACESSÍVEL. Ele conseguiu produzir 1 cápsula do produto por R$ 0,10. Não é dele o mérito de descobrimento ou patente da molécula em si.
7) Há quanto tempo a fosfoetanolamina é usada em seres humanos?
Há cerca de 50 anos. Na Europa e EUA sempre foi e é amplamente usada como suplemento de Cálcio, pois o sal da fosfoetanolamina é feito conjugado ao cálcio (fosfoetanolamina de cálcio). Assim como existe carbonato de cálcio, aspartato de cálcio, citrato de cálcio, orotato de cálcio (diferentes sais de cálcio), a fosfoetanolamina de cálcio é considerada um sal de cálcio. Porém, na Alemanha principalmente, onde ela foi patenteada, percebeu-se que ao utilizá-la (anos 60) os pacientes apresentavam melhora de artrites, Esclerose Múltipla, neuropatias, o que a tornou bastante consagrada para estas finalidades. Até o momento, a ampla venda de fosfoetanolamina de cálcio não touxe danos às pessoas ou preocupações às agencias sanitárias americanas e européias. É até mesmo natural esta benignidade da molécula, pois como já foi visto antes, ela já existe no nosso corpo.
8) No Brasil, a Fosfoetanolamina pode ser vendida em drogarias?
Não. Para isto, nossa legislação exige que o fármaco seja submetido em testes (fases 1, 2 e 3 de estudos clínicos), para que se estabeleça a dose média, toxicidade, eficácia, etc.
9) A fosfoetanolamina passou pelos testes clínicos?
Não. Estudos clínicos precisam ser feitos para que se possa vender o fármaco em prateleiras.
10) Qual o benefício do uso da fosfoetanolamina?
Esta resposta só pode ser dada se forem feitos estudos clínicos. Até o momento, existem estudos in vitro (feitos com células isoladas) e em animais. Os estudos mostraram resultados promissores contra o câncer, mas estes resultados não podem ser extrapolados para seres humanos. Para sabermos se funciona no câncer das pessoas, é preciso testar nos indivíduos doentes. Portanto, não podemos fazer nenhuma alegação terapêutica ainda. Tendo dito isto, há vários relatos isolados de melhora de pacientes. São relatos muitas vezes extremamente animadores, porém para fins de registro de uma droga no mercado, estes relatos não são suficientes. É preciso um estudo sistematizado feito para avaliar precisamente os benefícios.
11) Qual a segurança em se usar a fosfoetanolamina?
Os dados de toxicidade feitos em animais mostraram que é uma molécula extremamente segura. Na Europa e EUA, como dito antes, o uso por décadas nunca mostrou problemas.
12) O paciente tem direito ao uso da substância?
Sim, o paciente tem direito de usar qualquer substância que ele deseje, desde que não seja ilícita no pais em que ele reside. O indivíduo pode ingerir o que desejar, e ninguém tem condições de lhe impedir. O problema é que a substância não existe publicamente, portanto o ACESSO é restrito. Mas direito, no sentido literal da palavra, qualquer cidadão tem. Não se trata de droga ilícita, então se alguém for pego consumindo fosfoetanolamina, não pode ser incriminada ou presa.
13) Como a fosfoetanolamina era fornecida até o momento no Brasil?
O Prof Chierice a distribuía gratuitamente a quem fosse solicitar em seu laboratório em São Carlos (SP). Nunca houve necessidade de liminar para que os interessados a obtivessem. O problema começou quando o Ministério Público (após denúncia) proibiu a dispensação do fármaco, por não ter passado por testes clínicos. Em seguida, os pacientes passaram a utilizar liminares para garantirem a continuidade do acesso ao produto.
14) O paciente tem direito de pedir liminar obrigando a USP a fornecer o produto?
Eu entendo que a pessoa tem o direito ao uso, pois somos teoricamente LIVRES para tomarmos nossas decisões, ainda mais quando estamos doentes. Por outro lado, a Universidade não tem estrutura física e financeira para atender esta demanda. É impossível que a universidade consiga manter uma distribuição sustentável a longo prazo, nem é sua função fazê-la, pois não se trata de laboratório farmacêutico. A USP está sendo obrigada judicialmente a fornecer a fosfoetanolamina, ou seja, encontra-se pressionada a fazer algo que não lhe compete. Do outro lado temos pacientes que desejam usar o produto.
15) Como seria este cenário se estivéssemos num pais mais liberal (como Alemanha, EUA, Suíça)?
Nestes países, quando uma droga é validada por estudos clínicos, ela torna-se medicamento de prescrição (comprada em drogarias). Quando não foi validada por estudos clínicos, o Estado permite a venda, mas não como droga de prescrição, e deixa livre o uso a quem interesse. Quem quer usa, quem não quer, não usa. Isto é claramente visível nos EUA, onde há suplementos diversos nas prateleiras, todos sem validação pelo FDA (e quem compra o faz sabendo disto e assumindo seus riscos). No Brasil, um pais NADA liberal, onde o Estado intervém demasiadamente na vida do cidadão, impedindo que ele exerça suas livres escolhas, obriga-se que TUDO seja validado pela ANVISA para que seja vendido. Ou seja, obriga que tudo passe por estudos clínicos. Portanto, mesmo que alguém queira usar a fosfoetanolamina (mesmo sabendo que não há estudos clínicos), não pode. O Estado não deixa ninguém ingerir a substância alegando que quer “proteger o cidadão”, para que ele “não sofra danos a uma possível substância tóxica”. O Estado alega que os pacientes podem ser vítimas de "golpes" ou charlatanismo. Isto é verdade! Porém a decisão de correr este risco é do interessado: o DOENTE. Ao Estado, caberia, a meu ver, apenas o papel de alertar que a substância não foi validada.
16) Qual o posicionamento do Dr Gustavo sobre esta novela?
Sempre que um paciente me pergunta se deve ou não usar, eu respondo: “não há dados de eficácia, então não sabemos se vai surtir efeito. Por outro lado, é uma substância que não vai fazer mal, tendo em vista sua estrutura química, seu histórico de uso há 50 anos, os estudos em animais e pelo fato de a molécula já fazer parte do corpo (não é estranha ao metabolismo).” Portanto, eu deixo a opção de usar ao PACIENTE. Eu defendo os pensamentos LIBERAIS, que fortalecem as escolhas individuais do cidadão, sem intervenção de terceiros. Ninguém gerencia melhor sua vida do que você mesmo. Então se o indivíduo quer usar a substância, quem sou eu para impedir? Não é este o meu papel. Meu papel é apenas o de informar que não há dados de eficácia. O resto não é comigo. Não sou paternalista. E a maioria dos meus pacientes não me querem como pai, e sim como médico, consultor, ou alguém que lhes dê um NORTE. Não cabe aos médicos (e lamento as manifestações de vários colegas), julgar, criticar ou inibir o uso da fosfoetanolamina. Não somos donos da verdade. Não somos nós os doentes. O interessado é aquele que padece. É muito confortável fazer um julgamento quando estamos saudáveis. Já que a molécula é SEGURA, não cabe a nós impedir.
17) Quais as saídas que encontramos neste momento para aqueles que desejam?
Uma forma de acesso a fosfoetanolamina seria via mercado magistral (farmácias de manipulação), pois neste caso o médico tem a possibilidade de prescrever matérias-primas, e não apenas medicamentos validados. Por exemplo, podemos prescrever resveratrol (composto extraído da uva), curcumina (composto extraído da Curcuma longa), etc. Nenhum destes compostos foi testado em estudos fase 1, 2 e 3, mas podem ser prescritos sob responsabilidade de médico treinado. Portanto, a fosfoetanolamina poderia ser fornecida como matéria-prima e distribuída em farmácias de manipulação. O que não pode é ser vendida em drogarias como produto pronto, pois somente com os tais estudos. Ainda não existe este canal disponível no Brasil.
Veja neste vídeo abaixo o próprio Dr Gilberto Chierice dizendo: “É possível hoje você comprar tanto na Europa quanto nos Estados Unidos uma substância que é a mesma utilizada na doenças neoplásicas, como repositor de cálcio. É chamado de calcium EAP”.
Como dito antes, a fosfoetanolamina é usada há décadas nos EUA e Europa e pode ser encontrada em diversos sites de suplementos. Basta procurar o termo calcium-EAP ou calcium-AEP. Geralmente são cápsulas de 500 mg, contendo cálcio e fosfoetanolamina de cálcio.
Esta resposta só pode ser dada se forem feitos estudos clínicos. Até o momento, existem estudos in vitro (feitos com células isoladas) e em animais. Os estudos mostraram resultados promissores contra o câncer, mas estes resultados não podem ser extrapolados para seres humanos. Para sabermos se funciona no câncer das pessoas, é preciso testar nos indivíduos doentes. Portanto, não podemos fazer nenhuma alegação terapêutica ainda. Tendo dito isto, há vários relatos isolados de melhora de pacientes. São relatos muitas vezes extremamente animadores, porém para fins de registro de uma droga no mercado, estes relatos não são suficientes. É preciso um estudo sistematizado feito para avaliar precisamente os benefícios.
11) Qual a segurança em se usar a fosfoetanolamina?
Os dados de toxicidade feitos em animais mostraram que é uma molécula extremamente segura. Na Europa e EUA, como dito antes, o uso por décadas nunca mostrou problemas.
12) O paciente tem direito ao uso da substância?
Sim, o paciente tem direito de usar qualquer substância que ele deseje, desde que não seja ilícita no pais em que ele reside. O indivíduo pode ingerir o que desejar, e ninguém tem condições de lhe impedir. O problema é que a substância não existe publicamente, portanto o ACESSO é restrito. Mas direito, no sentido literal da palavra, qualquer cidadão tem. Não se trata de droga ilícita, então se alguém for pego consumindo fosfoetanolamina, não pode ser incriminada ou presa.
13) Como a fosfoetanolamina era fornecida até o momento no Brasil?
O Prof Chierice a distribuía gratuitamente a quem fosse solicitar em seu laboratório em São Carlos (SP). Nunca houve necessidade de liminar para que os interessados a obtivessem. O problema começou quando o Ministério Público (após denúncia) proibiu a dispensação do fármaco, por não ter passado por testes clínicos. Em seguida, os pacientes passaram a utilizar liminares para garantirem a continuidade do acesso ao produto.
14) O paciente tem direito de pedir liminar obrigando a USP a fornecer o produto?
Eu entendo que a pessoa tem o direito ao uso, pois somos teoricamente LIVRES para tomarmos nossas decisões, ainda mais quando estamos doentes. Por outro lado, a Universidade não tem estrutura física e financeira para atender esta demanda. É impossível que a universidade consiga manter uma distribuição sustentável a longo prazo, nem é sua função fazê-la, pois não se trata de laboratório farmacêutico. A USP está sendo obrigada judicialmente a fornecer a fosfoetanolamina, ou seja, encontra-se pressionada a fazer algo que não lhe compete. Do outro lado temos pacientes que desejam usar o produto.
15) Como seria este cenário se estivéssemos num pais mais liberal (como Alemanha, EUA, Suíça)?
Nestes países, quando uma droga é validada por estudos clínicos, ela torna-se medicamento de prescrição (comprada em drogarias). Quando não foi validada por estudos clínicos, o Estado permite a venda, mas não como droga de prescrição, e deixa livre o uso a quem interesse. Quem quer usa, quem não quer, não usa. Isto é claramente visível nos EUA, onde há suplementos diversos nas prateleiras, todos sem validação pelo FDA (e quem compra o faz sabendo disto e assumindo seus riscos). No Brasil, um pais NADA liberal, onde o Estado intervém demasiadamente na vida do cidadão, impedindo que ele exerça suas livres escolhas, obriga-se que TUDO seja validado pela ANVISA para que seja vendido. Ou seja, obriga que tudo passe por estudos clínicos. Portanto, mesmo que alguém queira usar a fosfoetanolamina (mesmo sabendo que não há estudos clínicos), não pode. O Estado não deixa ninguém ingerir a substância alegando que quer “proteger o cidadão”, para que ele “não sofra danos a uma possível substância tóxica”. O Estado alega que os pacientes podem ser vítimas de "golpes" ou charlatanismo. Isto é verdade! Porém a decisão de correr este risco é do interessado: o DOENTE. Ao Estado, caberia, a meu ver, apenas o papel de alertar que a substância não foi validada.
16) Qual o posicionamento do Dr Gustavo sobre esta novela?
Sempre que um paciente me pergunta se deve ou não usar, eu respondo: “não há dados de eficácia, então não sabemos se vai surtir efeito. Por outro lado, é uma substância que não vai fazer mal, tendo em vista sua estrutura química, seu histórico de uso há 50 anos, os estudos em animais e pelo fato de a molécula já fazer parte do corpo (não é estranha ao metabolismo).” Portanto, eu deixo a opção de usar ao PACIENTE. Eu defendo os pensamentos LIBERAIS, que fortalecem as escolhas individuais do cidadão, sem intervenção de terceiros. Ninguém gerencia melhor sua vida do que você mesmo. Então se o indivíduo quer usar a substância, quem sou eu para impedir? Não é este o meu papel. Meu papel é apenas o de informar que não há dados de eficácia. O resto não é comigo. Não sou paternalista. E a maioria dos meus pacientes não me querem como pai, e sim como médico, consultor, ou alguém que lhes dê um NORTE. Não cabe aos médicos (e lamento as manifestações de vários colegas), julgar, criticar ou inibir o uso da fosfoetanolamina. Não somos donos da verdade. Não somos nós os doentes. O interessado é aquele que padece. É muito confortável fazer um julgamento quando estamos saudáveis. Já que a molécula é SEGURA, não cabe a nós impedir.
17) Quais as saídas que encontramos neste momento para aqueles que desejam?
Uma forma de acesso a fosfoetanolamina seria via mercado magistral (farmácias de manipulação), pois neste caso o médico tem a possibilidade de prescrever matérias-primas, e não apenas medicamentos validados. Por exemplo, podemos prescrever resveratrol (composto extraído da uva), curcumina (composto extraído da Curcuma longa), etc. Nenhum destes compostos foi testado em estudos fase 1, 2 e 3, mas podem ser prescritos sob responsabilidade de médico treinado. Portanto, a fosfoetanolamina poderia ser fornecida como matéria-prima e distribuída em farmácias de manipulação. O que não pode é ser vendida em drogarias como produto pronto, pois somente com os tais estudos. Ainda não existe este canal disponível no Brasil.
Veja neste vídeo abaixo o próprio Dr Gilberto Chierice dizendo: “É possível hoje você comprar tanto na Europa quanto nos Estados Unidos uma substância que é a mesma utilizada na doenças neoplásicas, como repositor de cálcio. É chamado de calcium EAP”.
Como dito antes, a fosfoetanolamina é usada há décadas nos EUA e Europa e pode ser encontrada em diversos sites de suplementos. Basta procurar o termo calcium-EAP ou calcium-AEP. Geralmente são cápsulas de 500 mg, contendo cálcio e fosfoetanolamina de cálcio.
Para quem quiser adquiri-la, clique aqui (site internacional) e no Brasil aqui.
Esta é a fosfoetanolamina com a fórmula brasileira.
Fonte:
https://www.facebook.com/drgvilela