Editado em 09/10/2014.
Já existem no mercado brasileiros plásticos alternativos, que não são feitos de petróleo ou que são biodegradáveis. Mas nem por isso podem ser usados à vontade.
O chamado "plástico verde" é feito a partir de matéria prima renovável, como a cana-de-açúcar. Porém, assim como o plástico convencional, o plástico verde não é biodegradável
Em substituição às sacolas de plástico comuns, alguns supermercados vão oferecer sacolas de plástico biodegradáveis, chamadas também de compostáveis. Nas gôndolas, será possível encontrar outros tipo de sacos plásticos, como o oxibiodegradável e o chamado plástico verde. Afinal, qual é a diferença entre esses tipos de plásticos alternativos? Veja a seguir as características deles:
PLÁSTICO VERDE
Já existem sacos e embalagens de produtos disponíveis no mercado como o chamado plástico verde, fabricado pela Braskem. Esse plástico é feito a partir da cana-de-açúcar, que é uma matéria-prima renovável, ao contrário do petróleo, o que é uma vantagem. Porém, ele não é biodegradável, isto é, não se decompõe. Assim como o plástico comum feito a partir do petróleo, o plástico verde vai continuar a causar problemas nas cidades e na natureza como o entupimento de bueiros e a morte de animais que consomem fragmentos de plástico. Além disso, o plástico verde é mais caro que o comum.
PLÁSTICO OXIBIODEGRADÁVEL
Esse tipo de plástico, já oferecido no mercado brasileiro, contém na sua formulação um aditivo acelerador do seu processo de degradação. De acordo com os fabricantes, ele se decompõe de 18 a 24 meses. Porém, não há consenso na comunidade científica de que isso ocorra. Além disso, o plástico oxibiodegradável não pode passar pela reciclagem mecânica, o método mais comum no Brasil. Assim como o plástico verde e o biodegradável, é mais caro que o plástico comum.
Trocar as sacolas plásticas convencionais por oxibiodegradáveis é uma boa opção? Especialistas acadêmicos dizem que não. “Na natureza, nada se perde, tudo se transforma. Não existe mágica. O aditivo presente nas sacolas oxibiodegradáveis apenas quebra as moléculas desse material plástico em milhares de pedacinhos invisíveis a olho nu. Na verdade, o plástico ainda está lá, mas em uma estrutura diferente”, salienta Eloísa Garcia, gerente do Grupo de Embalagens Plásticas e Meio Ambiente do Cetea – Centro de Tecnologia de Embalagem de São Paulo.
Segundo a pesquisadora, esses micro-pedacinhos de plástico são compostos, também, de outras substâncias – como, por exemplo, resíduos de tinta e pigmentos de impressão, usados para dar cor às sacolinhas –, que poluem ainda mais o meio ambiente. “Todas essas partículas vão se espalhando e causando danos irreversíveis, dos quais só teremos conhecimento no futuro. Tais resíduos contaminam os lençóis freáticos e as plantas. Os animais, por sua vez, se alimentam dessas plantas e nós nos alimentamos deles. Assim, estaremos todos contaminados”, completa Eloísa.
Para o professor de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Haroldo Mattos de Lemos, a conclusão é óbvia: “Substituímos uma poluição visível – ou seja, as sacolinhas plásticas convencionais – por uma outra, que também é danosa ao meio ambiente, só que invisível e, portanto, mais difícil de combater: o ‘farelo plástico’. Ou seja, além de não resolver o problema, pioramos a situação”, afirma.
Segundo a pesquisadora, esses micro-pedacinhos de plástico são compostos, também, de outras substâncias – como, por exemplo, resíduos de tinta e pigmentos de impressão, usados para dar cor às sacolinhas –, que poluem ainda mais o meio ambiente. “Todas essas partículas vão se espalhando e causando danos irreversíveis, dos quais só teremos conhecimento no futuro. Tais resíduos contaminam os lençóis freáticos e as plantas. Os animais, por sua vez, se alimentam dessas plantas e nós nos alimentamos deles. Assim, estaremos todos contaminados”, completa Eloísa.
Para o professor de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Haroldo Mattos de Lemos, a conclusão é óbvia: “Substituímos uma poluição visível – ou seja, as sacolinhas plásticas convencionais – por uma outra, que também é danosa ao meio ambiente, só que invisível e, portanto, mais difícil de combater: o ‘farelo plástico’. Ou seja, além de não resolver o problema, pioramos a situação”, afirma.
PLÁSTICO BIODEGRADÁVEL (COMPOSTÁVEL) ou PLA
Muitos supermercados estão vendendo nos caixas as sacolas plásticas biodegradáveis, feitas a partir do milho. Segundo os fabricantes, a decomposição leva cerca de seis meses. Para que isso aconteça, entretanto, é preciso que o material seja encaminhado para usinas de compostagem, que não são comuns no Brasil, que utiliza principalmente aterros sanitários. "O ambiente dos aterros sanitários é anaeróbio, não tem característica de biodegradação para este tipo de sacola", diz a professora Eglé Novaes Teixiera, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Campinas (Unicamp), especialista em resíduos sólidos. O preço do plástico biodegradável também é mais alto que o do plástico comum.
CONCLUSÃO
Para o consumidor brasileiro consciente, atualmente, só resta uma opção: diminuir o consumo de sacos plásticos, seja ele comum, verde, oxibiodegradável ou biodegradável. E selecione os plásticos que são melhores para seus filhos e para o ambiente: sem BPA ou Bisfenol-A, Policarbonatos, sem PVC e sem embalagens de isopor através dos códigos de reciclagem de plásticos. Olhe para estes números e símbolos antes de comprar (o número fica dentro de um triângulo geralmente gravado em alto relevo, de forma minúscula, no fundo das embalagens plásticas) . As escolhas mais seguras de plástico são numeradas com 1, 2, 4, e 5, estes não contêm BPA, porém contêm outros produtos químicos desagradáveis que, quando possível, deveriam ser evitados. Evitar 3, 6, e a maioria dos plásticos etiquetados com o número 7 dentre eles alguns dos mais recentes plásticos ecológicos, com exceção de polyactide, abreviado PLA ou plástico biodegradável compostável e destine à reciclagem aqueles que não for usar.
Como substituir as sacolas plásticas
É preciso se acostumar a carregar as compras em caixas de papelão, sacolas retornáveis, carrinhos de feira e outras alternativas
Supermercados de todo o país estão abolindo a distribuição gratuita das sacolas plásticas nos caixas. O consumidor, que precisa se adaptar às mudanças, fica com dúvidas: como substituir os sacos plásticos por outra opção sustentável? Agora vou carregar as minhas compras na mão? Como vou recolher o cocô do cachorro? E o lixo do banheiro e da cozinha, o que eu vou fazer agora?
Estas e outras perguntas serão respondidas neste pequeno guia de opções para esta “nova era” sem sacolas plásticas. Existem alternativas viáveis para se usar no supermercado, em casa e também na rua.
NO SUPERMERCADO
Caixas de papelão: o consumidor pode levar a sua própria caixa ou conseguir a sua própria peça no estabelecimento - cuidado para . Algumas empresas já estão desenvolvendo caixas de papelão dobráveis, que podem ser levadas no porta-malas do carro. Duráveis e biodegradáveis, elas já estão sendo utilizadas em alguns estabelecimentos.
Sacos de papel: utilizado antes da popularização das sacolas plásticas, nos anos 50, os sacos de papel voltaram a ser usados em alguns estabelecimentos. Eles podem ser utilizados para alimentos e compras pequenas. Por serem de papel, são mais frágeis, mas se decompõem com mais facilidade.
Carrinhos de lona: com uma estrutura resistente, eles são capazes de levar as compras sem muito esforço, com ajuda das rodinhas. Alguns são dobráveis e não ocupam muito espaço no armário.
Sacolas reutilizáveis (ecobags): feitas a partir de materiais recicláveis, como PET, vinil e ráfia, as sacolas reutilizáveis são populares e já estão sendo disponibilizadas nos supermercados há tempos. Essas sacolas tem durabilidade estimada de cinco anos e podem ser lavadas.
Bolsa de palha de milho: é mais resistente e suja menos do que a sacola de pano, além de ser mais fácil de limpar.
Cestas acopláveis (e/ou dobráveis): também feitas de plástico, as cestas podem ser uma opção viável para transportar produtos mais sensíveis. Além de serem fáceis de guardar, as cestas de plástico dobráveis também ganham em durabilidade e reutilização.
EM CASA
As pessoas acostumadas a reutilizar as sacolas de supermercado terão que fazer uma substituição. Forrar o lixo do banheiro e da cozinha, embalar alimentos e refeições agora vão ter de ser feitos de outras maneiras.
Sacos feitos de jornal: uma espécie de origami (dobradura) feito de jornal, que forma um saquinho que pode ser usado para guardar o lixo do banheiro. Quando estiver cheio, o saquinho pode ser descartado em um saco de lixo reciclado.
Sacos de papel: comidas e recipientes pequenos podem ser embrulhados, substituindo outro uso que era atribuído às sacolas plásticas.
NA RUA
Guarda-chuvas, livros ou até mesmo roupas são embaladas em sacolas plásticas, muitas vezes, de maneira desnecessária. Use a sua própria sacola reutilizável ou siga algumas dicas abaixo:
Embalagens próprias de guarda-chuva: em vez de utilizar sacolas plásticas, use a capa especial para guarda-chuva, feita de material impermeável, ela evita o uso de sacolas e não deixa coisas molharem.
Coletor de dejetos de animais: coletores específicos, feito de materiais reciclados e 100% biodegradáveis já existem para substituir as sacolinhas plásticas.
Sacolas sustentáveis: muitas lojas de departamentos e de vestuário utilizam sacolas de papel reciclado, dê preferência a esse tipo de sacola
Referências:
http://viajeaqui.abril.com.br/materias/plastico-biodegradavel-verde-e-oxibiodegradavel-qual-a-diferenca
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2009/09/26/Warning-Metal-Water-Bottles-May-Be-Hazardous-to-Your-Health.aspx
http://healthychild.org/easy-steps/know-your-plastics/
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2009/09/26/Warning-Metal-Water-Bottles-May-Be-Hazardous-to-Your-Health.aspx
http://healthychild.org/easy-steps/know-your-plastics/
Eglé Novaes Teixeira, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Campinas (Unicamp), especialista em resíduos sólidos, Gisele Barbin, diretora comercial da Extrusa-Pack, fabricante de plásticos, Marco Aurélio de Paoli, Instituto de Química da Unicamp, Sandro Donnini Mancini, professor de engenharia ambiental da Unesp (Universidade Estadual Paulista)